segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Daqui de longe

Não penso ao certo no que vou escrever. Mas o caso é que estou sentada numa aula que pouco me interessa, e que por mais que contribua para a elevação do meu vível intelectual, nada ajudará na vida futura e nem sequer na minha pesquisa um tanto quanto inútil, não fosse pelo status.
Estou triste, me sinto realmente triste. E não é nenhuma frescura de TPM ou falta da minha família, ou a cerca dos meus pesamentos de relacionamentos. Reconheço que estou vivendo os melhores momentos da monha vida jovem. Tudo é loucura, viagens e sentimentos a flor da pele. Mas convenhamos, não sou nenhuma bursguesinha latino-americana tentando europeizar-me para seguir os passos dos intelectuais do século XVIII e XIX, nada mudou desde lá. Não quero buscar as interpretações da história latino-americana num continente que nem ao menos conhece a nossa raiz, o povo e o quão difícil é não ser parte da burguesia que busca status social em pleno século XXI.
E eu??? Eu não posso simplesmente me preocupar com meus 20 anos e tudo que ainda quero sentir. Tenho outra parte, que ficou com eles, por que nascemos da mesma semente e na mesma classe, com os mesmos sentimentos e os mesmos sonhos, e os meus sonhos agora são para eles. A minha vida já está feita, eu subi demais, degrau por degrau eu estou mais alto do que posso alcançar, e agora chegou a hora de baixar, me asfixia pensar em subir mais.
Só quero conseguir me fechar em mim mesma, centrar no meu destino que não é mais tão certo quanto a 1 ano atrás. Não me distrair com qualquer coisa que pareça melhor do que o caminho que seguirei.
Agora tenho medo, e esse medo é que me entristece. Não há como olhar tudo que passe sem medo. E então me perguntam se eu não gosto de beijo, carinho, abraço e noite em cama de casal com café da manha juntos. Não, eu não gosto. Não gosto por que vai acabar, e então eu vou ficar sozinha do outro lado do atlântico, não gosto por que só sei dormir bem com eles, escutando a respiração deles, certa de que vão acordar sorrindo. Eu realmente não gosto de ter mais ninguém, ninguém por quem eu vá me apaixonar sozinha, sinto muito.
Tudo por que eu sou apenas uma latino-americana perdida no velho mundo sem querer voltar para os braços quentes da família até que o futuro esteja certo e que a posição na sociedade mude para poder seguir o meu caminho no andar de cima, por que nesse não há mais nada que eu possa viver.
E aqui eu vou crescendo, e aos poucos sou adulta, sozinha, certa de que assim quero ser até algum futuro que não sei por onde está.

domingo, 14 de setembro de 2008

Medo do Escuro

Eu tenho medo do escuro. Medo de ficar sozinha sem alguma luz. Sem a mão da minha mãe na minha. Eu sempre tive medo da noite, pavor de estar sozinha com meus pensamentos sem nada claro para aquecer. Tenho todo receio possível dos meus pensamentos noturnos, é melhor a alienante TV ou toda a imaginação que traz um livro. Qualquer coisa.
Qualquer coisa.
Só não é possível o silêncio e a escuridão. Ensurdece-me o barulho noturno das paredes e relógios. Nunca há silêncio, e mesmo que houvesses, enlouqueceria. Definitivamente não deve existir silêncio, mas também não p pseudo-silêncio noturno, onde todos cochicham e escondem prazeres.
Chega.
Cansei dessa escuridão e acendo a luz. Penso comigo, não é o escuro e seus barulhos que me apavoram, e sim os pensamentos noturnos do meu cérebro sub-humano. Desistam olhos, se fechem.

sábado, 9 de agosto de 2008

Romance Moderno

Era uma vez uma garota que andava por aí vendo o mundo preto e branco depois de alguns eventos sem fim, depois de uma mesmisse eterna, depois de muitas cartas e poemas escritos, depois de camas sem sentido e momentos confusos por uma cidade estranha, que agora se tornara ainda mais estranha. As vezes ela fazia parte daquele mundo, e às vezes não. Não entendia muito bem a forma como as pessoas agiam, e acabava achando tudo meio frio, ou no máximo morno. Um dia então ela resolveu passar um tempo no lugar de onde viera, um tempo para pensar se era realmente aquilo que ela queria, se escolhera a profissão certa, se estava vivendo de acordo com seus sonhos e crenças. Voltou então para o colo dos amigos e da família, e por um mês ela por lá esteve tentando achar de alguma forma algum sentido, algo com que fizesse ela ter certeza de qualquer coisa, qualquer evento minúsculo que trouxesse calor, ao menos. Um em mais uma das infinitas tentativas ela avistou de longe alguém, como uma pessoa tinha se tornado alegre daquele jeito? O que será que existia na vida dele para parecer tão certo de tudo, tão contente com tudo? Não existia tensão nenhuma em seus olhos... Mas como os olhos dela não brilhavam mais, ela parecia ser preto e branco assim como seus olhos viam o mundo ultimamente, e ele nem a viu... Mas alguns dias se passaram e ela continuava a vê-lo pelas esquinas, e lembrava do sorriso, da despreocupação com o mundo... Até que um dia quando tudo parecia não mais ter sentido, quando a vida não passava de copos de cerveja que esperavam o fim, um fim do o tempo pra pensar, ela chegou e um bar e para encontrar uma amiga e ele estava lá, com o mesmo sorriso, sentado ao lado de sua amiga... Ela então sentou-se e depois de muito tempo e muitos copos de cerveja o desejo de parecer tão perfeita como sempre passou, toda a pressão do mundo saiu de suas costas,e ela voltou e ter cores, cores quentes como o vermelho o laranja, e o via azul, muito mais perfeito agora. A noite foi passando e ele foi passando um pouco de toda aquela felicidade pra ela, um pouco de tudo aquilo de melhor com o qual ela sonhava, e ao fim da noite, tão rápido quanto num filme, ambos estavam apaixonados. A noite foi linda, a tarde também, uma cama talvez melhor do qualquer uma que ela havia conhecido, abraços misturados com sorrisos que não tinham explicação, as cores agora exalavam de seus poros.


E assim seguiram-se alguns dias onde ela parecia ter se encontrado de alguma forma, ou ao menos encontrado um motivo para sorrir. Mas ele também já havia abandonado sua cidade natal, num fluxo migratório que a maioria dos jovens fazem, e a despedida chegou. Mas tudo bem, os quase 1000 Km poderiam não ser anda diante de toda a cor... E por um tempo não foram, tudo parecia normal naquela cidade de novo, tudo sem sentido... Beijos sem sentido, festas sem sentido, até o momento em que eles se falavam, aí tudo voltava... Enfim puderam se encontrar, e ela quis fazer uma surpresa, a princípio ela não iria vê-lo, não voltaria para uma tal festa de três dias que aconteceria na cidade de onde veio, mas acabou indo, e quando se viram... Talvez tenha sido o momento mais lindo que alguém já viveu na vida real... Ele a pegou pelo colo, abraçou com uma paixão estranha, que talvez ninguém houvesse sentido ainda. Tudo foi perfeito, até o momento estranho mo qual ela jurou ter o visto com outra, e depois com outra, e depois com outra... E então ela começou e brigar e espernear, sua cores ficaram frias e seu corpo cheirava raiva... Mas num beijo ele a empurrou e acabaram indo parar em qualquer lugar juntos. No outro dia ela desejou ser como ele, mas terminou o dia chorando, sem sentido. E no último que passariam juntos, tudo ficou estranho, ele era mesmo tudo aquilo de felicidade? Todo aquele exemplo? E ela terminou a noite chorando na frente dele, na calçada da casa dela. Quando ele disse que ela era tudo de mais perfeito que existia, e que ele, bom, ele não era mais nenhum anjo como ela era... Ele vivia num mundo que ela não estava, num universo qualquer paralelo àquele onde somente os prazeres importavam.
Então ela voltou pra sua vida, alguma coisa já mudara ali dentro, pois por mais que fosse a mesma vida que parecia não ter sentido algum, suas cores continuavam quentes, e ela não notou, mas sentia algum prazer em tudo que vivia...
Mas por algumas vezes ela o viu de novo, e sempre ela quase desmaiava, era algo sem explicação, que nem ela poderia explicar, como se aquele sorriso pudesse tira-la do chão. Mas ela manteve sua raiva firme. E depois de muito tempo, quando ela não era mais um anjo, quando ela não mais se importava, quando suas cores quase explodiam, e sua seriedade parecia apenas de fachada, e quando sem dúvida ela estava feliz, ela de novo o encontrou... O seduziu, como ele havia feito, o levou para qualquer no mundo, esteve com ele outra vez por uma noite, uma noite. Quando enfim deram-se conta que tinham que voltar para suas vidas. E ao se despedirem, ele a olhou com os olhos mais carinhosos do mundo, mas alguma coisa havia mudado nele, seu sorriso não era mais o mesmo, sua irresponsabilidade com os problemas do mundo tinha se perdido, seu corpo estava morno, ele parecia tão sem sentido quanto ela muito tempo antes. E ela, bem, ela olhou e viu todo aquele sentimento que ele realmente tinha por ela viu tudo que sempre quis ver, mas não sentiu como se fosse desmaiar, e nem quis ficar mais um pouco, só disse: Até daqui qualquer dia, daqui uns anos, quem sabe um dia a gente se encontre por uma calçada. E ele por que? Não fala isso, não quero pensar que você está indo embora. E ela: Não se preocupe, tudo vai ficar bem. E foi embora sem se preocupar com o que ele estava sentindo, foi embora com toda a sua cor, a cor que ele deu a ela, a cor que ela precisava. E agora a vida tinha todo sentido, o mundo parecia maravilhoso, e preocupação com qualquer coisa, que não fosse a SUA vida profissional desapareceram como num piscar de olhos. E vida seguiria quente, e a cama dela nunca mais foi morna...

domingo, 13 de julho de 2008

Desculpe-me, mas não

Desculpe-me, mas larguei aquele lado de lado... Larguei o lado solitária de lado, larguei o lado extremamente romântica de lado, e de lado esses lados vão ficar por muito tempo, se possível pra sempre. Foi assim que eu escolhi levar a minha vidinha, e assim eu vou levá-la até mais.
Não, eu não escreveria mais nada daquilo se você quer mesmo saber, poucas palavras de toda aquela página eu repetiria, e para falar a verdade pouco daquele sentimento eu sentiria novamente... E mais, eu nem conseguiria escrever algo tão bonito, sem minhas ironias de hoje... Não se preocupe meu bem, a culpa não foi nada sua, pois essa foi uma decisão realmente minha, pois se eu quisesse ainda me iludiria, e acreditaria nas suas palavras, do tipo de cara que eu conheço bem, que se possível deixariam todas as mulheres do mundo na reserva. Sinto muito meu bem, eu não sou do tipo de mulher que ficaria na reserva por você. Talvez se você entedesse de música e de poesia, quem sabe, mas assim, com esse sorrisinho bonito para todos os lados, com esse andar empinado, jamais meu bem.
Não sou mais tão romântica, ou pelo menos não serei com você. Se ainda me iludo, é, somente uma pessoa é capaz de fazer isso, e sem dúvida nenhuma não é você. Você poderia ter sido a diversão desse final de semana meu bem, mas se não, não vai ser por quem eu suspiro, você jamais conseguiria.
Mas fique tranquilo, eu prefiro mil vezes escrever algo que seja engraçado, ou mesmo irônico, e não mais daquele tipo. Então “bebê” não releia como você faz, não releia mais, estou certa que as minhas palavras foram as melhores que você já leu, mas se esqueça. Elas não eram verdade absoluta, e preste atenção, nós também iludimos, e nós também mantemos alguns na reserva, mas esqueça, você não é mais nem isso. E respondendo a sua pergunta, sim eu desisto. E não, não voltarei para sua cama, a história dessa cama que não é mais minha já se foi. Prefiro contar histórias da minha própria cama.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Com pêlos ou sem pêlos???

Andei pensando a respeito de toda essa metrosexualidade que anda se infiltrando no âmago até mesmo dos machões. E ainda não sei até que ponto ela é boa...
Nos últimos anos houve um BUM também na homosexualidade, sem preconceitos, eu até concordo que os homens são realmente bons, e por isso eles vem ficando consigo mesmos... Mas a minha tristeza veio quando esses dias estava sentada numa mesa com uns amigos,(e cá entre nós dois deles eram lindos, cheirosos, inteligentes, bem vestidos, altos...) e conversava felizmente quando percebi que os dois caras lindos namoravam, mas entre si!!! É tristeza demais pra um coração, até concordo que os dois fizeram uma boa escolha... Mas o que sobra para as mulheres??? Sobram os caras se esquecem de cortar as unhas do pé, que ficam meses sem cortar o cabelo, que nem lembram que um perfuminho existe, que não sabem a diferença entre um scarpan e um corpete, sendo que um se usa no pé, e o outro na cintura! Ah! Isso é deprimente... E além de tudo sobram os caras estilo Tony Ramos, que tem pêlos até nos ombros! Como alguém pode ter pêlos nos ombros??? Ah! E quando o cabelo continua numa seqüência única com os pêlos das costas? É bem triste... Eu só tenho uma palavra: DEPILAÇÃO!




Portanto eu venho através desse post divulgar que, pensando um pouco, sou a favor da metrosexualidade... Afinal, o que tem de mal? As mulheres ficam horas se arrumando, escolhendo roupas, pensando no melhor xampu, fazendo as unhas do pé, e até as mais desleixadas passam aquelas horas terríveis se depilando, de cima a baixo... Claro que fazemos isso por nós mesmas, é muito bom se sentir bem, mas mesmo assim... Fazemos tudo isso pra no final das contas sermos cantadas por caras que nem cortam as próprias unhas? E ainda temos que ouvir coisas tantas coisas idiotas, se for burro, que ao menos seja bonitinho né?
Ta, não são todas as mulheres que pensam assim, eu particularmente tenho uma amiga que parece amar os tais ursinhos, mas ela diz que não é de propósito, é que ela encontrou alguns legais pelo caminho... Bom, eu ainda não achei um ursinho legal, mas já encontrei um todo depilado numa cama por aí. No entanto essa história de nenhum pêlo fica meio estranha... Eu tenho mais pêlos que ele! Também não vamos exagerar...

Mas tudo bem, fica a pergunta: Com pêlos ou sem pêlos? Expertos mesmo são os gays que pegam o melhor que existe, no ponto....
Na próxima encarnação eu tento nascer homem, mas pode ter certeza: minha barriga não vai ser tampada por tantos pêlos! Nem que eu tenha que tirar com a pinça!


sábado, 14 de junho de 2008

Monogamia???

Nessa noite de sábado sozinha, em que não estou triste, sim pensativa, paro para refletir sobre uma frase de Friedrich Engels, que diz:


“se a estrita monogamia é o ápice da virtude, então a palma deve ser dada à tênia solitária que, em cada um dos seus cinqüenta a duzentos anéis, possui um aparelho sexual masculino e feminino completo, e passa a vida inteira coabitando consigo mesma em cada um desses anéis reprodutores”

Já que acabamos por passar por aquela fase do ano na qual só quem namora se diverte, venho fazer uma defesa aos solteiros, homens e mulheres. Assim como Engels ironizou, eu também não entendo muito bem o sentido dessa tal monogamia, já que a própria natureza nos formou para que não fossemos como as baleias ( exemplo que eu estou cansada de ouvir como símbolo da fidelidade eterna!). Pensem: um homem é capaz de reproduzir uma mulher por dia ( e com certeza esse é o maior sonho da vida deles!), se essa mulher estiver no seu período fértil, é claro. Imaginem o quanto a natureza chora quando milhares de possíveis novos homens descem pelo ralo do banheiro! Sem dúvida ela não desejaria isso...


Já que o Kant escreveu que a natureza tem um plano secreto ao qual nós seguimos, eu gostaria de ver o que ele diria se soubesse que inventaram a camisinha! De qualquer forma, a mulher leva uma verdadeira desvantagem no ponto da reprodução, já que só pode ter um filho a cada nove meses, e em teoria uma relação sexual a cada nove meses... A mulher já tendia a ser mais fiel, não é mesmo???
Mas eis que foram inventados os tais métodos contraceptivos... Daí a coisa desandou pro lado da natureza! Pois então a mulher do século XX acabou descobrindo uma vantagem perante todas as que os homens apresentam: as mulheres conseguem ter vários orgasmos em uma só noite! E imaginem só: além de tudo o apetite sexual tem se tornado cada vez maior... Então, aquela história de uma relação sexual a cada nove meses ou mais, e por conseqüência um parceiro e mesma distância de tempo caiu por terra! Portanto, creio que um novo termo deveria ser usado, poliandria, que seria a relação de uma mulher com vários homens...
Nesse final de semana no qual defendo a razão de ser dos solteiros universitários que habitam esse mundo sem pensar em um futuro relacionamento, eu estou aqui sozinha levando um tremendo BOLO! Rá! Apesar de ser solteiro ter suas infinitas vantagens como o não cumprimento da ordem que a natureza impôs: um homem para cada mulher e uma mulher para cada homem; sou obrigada a dormir sozinha no sábado! Mas tudo bem, tudo em favor da lei maior que é não ter que me levantar para aplaudir a tênia como disse Engels...

domingo, 18 de maio de 2008

Comentários dos 20 anos



Devo dizer, primeiramente, que ao completar meus 20 anos sinto-me feliz por ter a maioria do que escrevo , sendo textos bons ou não, tristes ou felizes, em 1° pessoa. Sinto que tudo aquilo que coloco com a minha letra e com meu sentimento no papel, não tem outra alternativa a não ser estar fincado no Eu. Desculpem-me se não agrado a todos, no entanto para mim o ato de escrever é tirar algo do interior de nossas mentes e almas para esclarecer em palavras essas idéias, sentimentos de aflição, tristeza, desespero, dentre outros. Portanto, ao escrevermos retiramos algo que antes fazia parte do nosso Eu, não havendo, assim, outra alternativa diferente de escrever do Eu.
Dado esse esclarecimento posso começar a dizer que sinto-me feliz e triste ao mesmo tempo nessa semana na qual completo meus 20 anos.
Feliz, pois até essa data não me arrependo de absolutamente nada que eu tenha feito. Até aqui tudo caminhou para que eu conseguisse estar aqui agora. Tratando-se de tropeços ou pulos, eles contribuíram para que eu me tornasse quem sou hoje, para que eu tivesse força em meus ideais e para que não pensasse que a vida é tão fácil assim. Feliz, pois com meus 20 anos eu vivi tudo aquilo que poderia até agora, desde a infância que nos quintais e ruas que me deixaram marcas nos joelhos, até uma adolescência rebelde e uma fase que só me vestia de preto e gostava de Rock. Vivi minhas paixões, e preciso dizer que todas elas eu vivi com minha alma, até a primeira, que foi aos 12 anos e perdurou até aos 15. Feliz por que já fui a melhor aluna e a pior, feliz por ter entrado num sonho de Top Model que a maior parte das meninas têm , mas ter saído por opção própria, feliz por estudar o que amo, feliz por estar exatamente onde eu queria estar, vivendo grande parte do que um dia sonhei pra mim.
Por outro lado sinto-me um pouco triste, por já ter vivido grande parte da minha vida e ainda sentir que não construí tanta coisa, e triste, pois, por incrível que pareça, ando me achando um pouco velha, e não gosto tanto de ver que o futuro se aproxima a passos largos.
Tenho ainda uma pontinha de medo, de tudo que está por vir, do quanto sinto cada vez mais a responsabilidade pesar sobre meus ombros,e tenho um medo ainda maior de que nesse futuro que parece tão próximo, eu falhe.
Estou ainda sonhando com o que pode vir, mas sobre o hoje, tenho orgulho dos meus 20 anos muito bem vividos, dos quais eu poderia escrever ao menos 5 livros, de dramas, conselhos, comédias, romances, e ao menos um no que diz respeito à minha vida acadêmica.
20 anos, nos quais sou meio menina, meio mulher, sei exatamente o que quero do futuro, e amo essa pessoa que me tornei...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Lá vai a menina

Lá vai a menina...
Vai chegando a noite e ela corre pra casa,
Esconde-se no quarto e liga o rádio na surdina,
Para dali a duas horas sair radiante.

Lá vai ela,
Começa a dançar e a sorrir sozinha,
Arruma seus cabelos, faz dos olhos aquarela,
Pinta suas bochechas e escolhe o que vestir.

Lá vai pulando aos ventos,
Já vai saindo despercebida,
Cantarolando sambas e encantamentos,
E segue admirando a lua...

Foi-se a mulher,
Dobrou a esquina a passos largos sobre o salto,
Ganha ao caminho um ar mais feliz
E segue pela noite, sorrindo, sonhando alto...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A Verdade

A Verdade (Carlos Drummond de Andrade)


A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia.


Arrebentei a tal porta da verdade da qual Drummond se refere, e confesso que ainda não tinha a menor idéia da verdade nem ao menos dentro de mim, e tudo que eu mais precisava era escancarar tudo logo, para que tudo voltasse a ser simplesmente normal. Eu sempre disse que nunca me contentaria com rotinas, e hoje percebo que as rotinas me agradam muito mais do que qualquer aventura que possa estar por vir. Não me faço satisfeita com noites mal dormidas ou com sonhos incompreensíveis, fico feliz com a verdade pura.
Houve em alguma época algo que queimava dentro de mim, que chegava até a arder, como se existisse uma fogueira dentro de mim, que não se abalava a preço algum, até que um dia com minhas próprias lágrimas ela se apagou, pra sempre, mais eis que muito tempo depois alguma coisa começou a doer aqui dentro, e eu nem mesmo sabia de onde vinha esse dor, afinal, eu andava perdida no que diz respeito à essas coisas loucas que acontecem dentro da gente, até que descobri que talvez aquele fogo ainda estivesse aqui adormecido. Tentei de alguma forma o acordar, talvez fosse divertido, então percebi que tudo que resta aqui não são nada mais que cinzas, que significam que tudo já se apagou, e não volta mais. Hoje soprei as cinzas pra bem longe, e percebi que era o melhor a ser feito. E ponto final! Sim, ponto final, nunca mais vai existir nada do que já foi, sou apaixonada pelo passado, e não por alguém.
Só há um problema, quando essa porta é aberta, ela se abre para todos os lados, não só se diz a verdade, se escuta a verdade, e se eu pudesse eu optaria conforme a minha miopia, mas não deu. Hoje eu vi que com todos meus impulsos, tentando resolver qualquer coisa no que diz respeito a mim, e somente aos MEUS sentimentos, eu posso machucar alguém muito mais do que eu gostaria. Não é bom escutar toda a verdade, jogada na cara, quando se comete um “erro”, não é bom escutar de alguém o quanto gosta de você mas que realmente se decepcionou. Eu não pedi pra ninguém confiar em mim! E se eu não tinha sido sincera o suficiente, me desculpa! Mas não dava pra ser mais do que eu fui, eu não conseguiria. Eu sou humana, e eu realmente não sou, nem quero ser a melhor pessoa do mundo, essa sim é a verdade. Essa que talvez “não preste”, como aquela verdade saiu daquela boca, sou eu, não me idealize, ou pense que sou muito mais que isso, são meus pais que devem fazer isso. Eu? Depois de hoje eu vi que eu já machuquei muito mais do que fui machucada, que já bati muito mais, e eu não me sinto bem por isso. Vi naqueles olhos sentimentos que eu nem imaginava, tudo que me falaram foi verdade, a mais pura verdade, tal qual só com álcool é possível. E agora, publicamente, digo a maior verdade: chega de tudo isso, a verdade é que eu só gosto de mim, e por isso mesmo escolho ficar sozinha, e tentar dormir, e não mais sonhar. Escolho a verdade da razão.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Do alto do meu sentimentalismo

Andei pensando em meio às minhas 5001 coisas para fazer, quando foi que eu me tornei tão diferente do que fui um dia. Já que esse blog é um lugar pra todas as minhas reflexões, que antes cabiam nos finais de meus cadernos e nas camas onde eu estive, incluindo a minha, nada melhor do que colocar aqui o centro de alguns dos meus pensamentos nessas duas semanas.
Confesso, ainda sou sentimental, talvez se não fosse não mais escreveria. Mas agora sinto-me a pessoa mais fria, não no mundo, mas o mais fria que eu poderia ser. Não sei em qual esquina topei com esse racionalismo recente, mas ele me abraçou e assim ficamos, eu e a razão, não deixando que qualquer ato inconseqüente se aproximasse de mim. O racionalismo que ao me ver sonhando acordada, ou a ponto de entrar em qualquer coisa que se assemelhe a uma singela ilusão de vida, me manda entrar no meu mundo acadêmico e me enfiar na biblioteca pra pegar qualquer livro que ocupe meu tempo. Posso dizer que por esse tempo têm passado pela minha cama Hobsbawm, Lefebvre, Áries, Sylvanus Morley, Adrian Recinos, e até o Machado de Assis passou por aqui semana passada! Tudo para não pensar enquanto estou na cama, que é o momento em que analisamos o andamento de nossas vidas. E o pior de tudo é pensar que eu estou muito melhor assim, até as minhas fofocas tem sido sobre como o professor analisa o liberalismo de uma forma que me parece equivocada, ou sobre como só estudamos a parte a teórica de história política e econômica, deixando o meu grande amor, história cultural de lado.
Estou apaixonada! Pela história mexicana... São assim meus pensamentos...
E eis que dentre meu racionalismo eu encontrei o motivo de todas as bebedeiras universitárias que sistematicamente realizamos todas as semanas, é onde eu liberto todo meu sentimentalismo, ao ponto de chegar de uma festa e escrever um pseudo-poema no blog-vide o texto anterior-(como a maioria dos meus são). É lá, do alto do meu sentimentalismo bêbado que eu tenho minhas diversões e sensações que nem mesmo o códice Popol-vuh conseguiria realizar. Até a minha parte bêbada se tornou racional! Aproveito a noite pra voltar pra casa, sem pensar em nada, pros braços dos meus autores queridos. O difícil é acordar com alguém do lado! E aí sim e vejo que meu sentimentalismo não é 1/10 do que já foi, quando ao acordar com um abraço, eu começo a discutir a visão de democracia pra Rousseau... É, esse é o mais alto do meu sentimentalismo.

Sobre os autores:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Eric_Hobsbawm
http://www.encyclopedia.com/doc/1E1-LefebvreG.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sylvanus_Griswold_Morley
http://pt.wikipedia.org/wiki/Philippe_Ari%C3%A8s
http://en.wikipedia.org/wiki/Adrian_Recinos


Liberalismo(o básico):

http://afilosofia.no.sapo.pt/11Liberalismo.htm

sábado, 29 de março de 2008

Hoje à noite...

Em um tempo que não se tem certeza,
Em lugar muito bem conhecido até então.
Num amargo eterno dessa boca,
Num sentimento de repulsa alheio.

Nada sei desse tempo e do outro
Do que vivo agora ou do que há algum tempo vivi.
Não sei do cheiro dessa cama que não há de mudar jamais.
Não sei do meu cheiro que aqui por muito não estará.

Sei de minhas palavras inertes,
As mesmas daquela que hoje andou pelas ruas,
Daquela que não chorou nem sorriu, só pensou em palavras.
Palavras que por tudo não são lembradas.

Não são e não serão.
Talvez tudo se torne algum escrito triste após todas as críticas,
Ou talvez depois disso se tornem algo lindo.
Escrever é sempre o propósito, de qualquer sentimento aqui.

Veremos que nem todos os versos terão as mesmas sílabas.
Que nem todos os momentos terão o mesmo realismo,
Que nem todos os sentimentos serão como antes.
E que a mesma cama, talvez já não seja a mesma.

terça-feira, 25 de março de 2008

Pensamentos em Luz...

Por que será que escrevo???
Às vezes tento tanto escrever por que me reconheço na minha letra, e parece que tenho um diálogo comigo, com alguém aqui que ainda não conheço tão bem quanto eu queria.
Sempre, ou quase, escrevo enquanto estou na cama, e penso que meus momentos mais reflexivos e introspectivos são antes de dormir, talvez por que nesse momento há o silêncio necessário para escutar essa voz que ecoa dentro de mim. Vai ver que escrevendo eu me conheço melhor, e a cada vez que releio percebo algo diferente no que eu mesma escrevi.
A noite vem a tona, ainda mais quando se dormiu a tarde inteira esperando o feriado interminável passar. Quando chega a noite todos meus pensamentos interiores vem ficar junto de mim, todas as dúvidas e momentos que não parecem corretos, mas eu não me arrependo de nada, não é mesmo???
Talvez eu me arrependa de ter vindo para esse lugar onde me encontro, em uma cama que não é minha, mas é como se fosse, e que lembra minha infância. A cama que meu avô mandou fazer para colocar no quarto de hóspedes da casa dele. Minha avó já se mudou três vezes, mas todas as casas se parecem com ele, os chinelos ainda estão no guarda-roupas à sua espera, o espelho onde ele se barbeava ainda está na parede da varanda. Penso que por tudo isso não gosto tanto de vir pra cá, pois quando estou longe ainda tenha a idéia de que ele ainda mora aqui, e quando eu chego não tem mais quem me pegue no colo. Há algum tempo descobri que eu fui uma das grandes paixões do meu avô, e da minha avó também, mas para ele eu nunca vou poder escrever carta alguma dizendo o quanto eu sinto por ter sido arrancada de seus braços, e o quanto eu o amei mesmo assim.
Agora sinto-me mais em casa, desde que essa cama chegou há uns 13 anos o crucifixo mais lindo que já vi ( e mais antigo) fica ao seu lado pendurado na parede, como um dia eu pedi pra ele que ficasse. Não sou muito religiosa, mas me pareceu estranho lembrar que um dia o crucifixo estará comigo, na sexta-feira da paixão.
Vai ver que eu estou pensando demais...
Melhor ir dormir.

Obs. Isso foi escrito em qualquer pedaço de papel enquanto eu tentava passar o tempo à noite na casa da minha avó, em Luz, na sexta-feira da paixão.

terça-feira, 18 de março de 2008

Pra alguém amar

Triste é não ter alguém pra amar,
Alguém que possa lhe aconchegar,
E em seus braços lhe proteger
E pala boca o amor conhecer.

Não poder ao anoitecer abraçar,
Tampouco abraçados se banhar.
No calar da noite sonhos não ter
Na vida, nada, nem ninguém carecer.

Quem não quer alguém pra lhe amar?
Mesmo que um dia o fizer chorar
Ainda que não o tenha por merecer

Quem diria todos seres amar,
Não eternamente o carinho ter,
Mas uma vez o amor conhecer.


Sonetos de meninas que escrevem após se levantarem da cama de outrem, de nada servem se não para pensar em qualquer besteira que ela possa ter escrito... E talvez nem ela saiba de onde vieram as palavras tolas de mais de um ano atrás... Devem ter vindo de todo seu romantismo oculto em seus cadernos de estudos, lugar onde obviamente ninguém espiaria.Mesmo sendo esse "lugar" uma maneira de publicar idéias e pensamentos, as lembranças de tal menina ainda ficam guardadas no seu íntimo, e tudo que há de melhor em seus cadernos amassados e sujos ainda fica guardado, pois não contém palavras tão românticas, e nem se quer falam de amor. Alguns trazem cenas que bom poderiam ter algum amor em si, mas não tem. E os pensamentos de alguém que acaba de sair da cama são sempre um tanto amorosos e rústicos... Nada que busque a extrema perfeição da língua portuguesa, nada que aclame ser um poeta, mas sim sentimentos soltos, ou qualquer besteira que se pensa ainda na cama... Palavras que se juntam na mente quando seu corpo encontra outro no cheiro de outro lugar que não é o seu.Palavras ficam soltas em nossas mentes todo tempo, mas elas só se juntam em qualquer coisa em inútil quando há um conflito no mesmo local...
Eis aqui todo meu conflito.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Lágrimas e Raiva

Eu sei que chorei... E na verdade um dos meus maiores prazeres foi ter chorado. Façamos da vida uma novela! Ao menos sobrarão cenas perfeitas para serem lembradas, mesmo quando essa raiva lacerante vem e atormenta. Essa raiva de nunca sabe com quanta clareza disse alguma coisa, e que mesmo assim não será entendida...Não se pode mostrar um mínimo de afeto a alguém? Sinto, mas essa regra que parece-me imposta subjuga qualquer princípio de humanidade que por meus pais foram passados. Carinho de forma alguma significa paixão, ou qualquer coisa nesse sentido.Minha raiva, que chega a arranhar nesse exato momento, é de todas as palavras que não podem ser ditas nem por decreto nesse mundo, onde me encontro prisioneira. Qualquer daquelas podem ser encaradas como uma ofensa, ou um atrevimento qualquer.Sei que aquela cama agora tem meu cheiro, e talvez se eu estivesse nela agora nada seria tão doce quanto o que ficou, nem amargo... Talvez simplesmente fosse inodoro assim como tudo que ignoro agora. Talvez ficasse nos lençois as marcas fixas de minhas unhas, um reflexo do meu corpo tentando tirar todas essas palavras que fariam por bem sair logo, no entanto tudo está preso, mesmo por que não há o menor tempo para isso agora... Eu já saí daquela cama, e por bem não mais voltarei. E todas as palavras que diria agora não são as mesmas que me sufocavam enquanto eu tentava dormir em outros braços que não os meus, e não conseguia. Eu sentia falta da minha cama, e do meu cheiro, por mais que eu tenha chorado, a verdade é essa.Nunca pense que minhas lágrimas são prêmios, e mesmo que fossem, seriam fáceis demais. Não eram por ti, nem por remorso, nem por despedida, todas elas foram pura e simplesmente de medo de voltar pra vida real, onde não existe príncipe, e nem jantares com finais felizes. Eram lágrimas atordoadas, que não sabiam o que aconteceria em seguida, como a vida andaria depois de tantos tropeços, eram ainda de desabafo, por ter me encontrado em algum lugar por aí, junto com meus sorrisos e poemas. Minhas lágrimas tinham todos os motivos que julgo importantes na minha vida, e tinham uma certeza, não eram por ti. Eras um rostinho bonito feito pra fingir de príncipe encantado para meninas do interior, e no final virar o vilão de toda história. Mas a novidade é que a menina soube como lidar, e deixou marcas na sua cama, onde deitaste todas as noites...Eu chorei, e continuo chorando em todas as situações nas quais quero me libertar de algo. Não tenho medo de chorar, e jamais terei. Não tenho medo do drama. Como eu viveria sem um? E não tenho medo de outras camas, nem de outros braços desconfortáveis, nem dos rostos lindos que nada tem a dizer. Não tenho medo dessa raiva engasgada na minha garganta e no meu peito. Eu só tenho medo das palavras...

domingo, 16 de março de 2008

Ai, essas noites que demoram a passar...


Aqui estou... Sentada na minha cama mais uma vez, onde tantas vezes pensei, onde chorei, dormi e sonhei. Aqui nessa mesma cama alguns sonhos se tornaram realidade, e pesadelos chegaram bem perto.
Ainda não sei por que insisto em vir e tentar dormir se sei que mais uma vez eu vou refletir sobre todos os momentos recentes da minha vida, e censurar a mim mesma por algumas coisas que eu sei que não deveriam ter acontecido... O que eu gostaria nesse momento é que todas as promessas, feitas a semanas, no dia de ano novo, se tornassem reais em um passe de mágica, e que não precisasse mais me agoniar por não cumprir o que sempre prometo. Talvez ninguém em sã consciência cumpra tudo que prometeu aos céus que realizaria nesse ano brilhante, que sempre está por vir e nunca chega. Talvez eu devesse prometer que não mais ficaria aqui sentada sonhando acordada, imaginando como tudo poderia ser se eu dissesse alguma coisa diferente, ou pudesse fazer tudo com mais clareza...
No dia em que eu parar de pensar em todas as conseqüências desastrosas de minhas atitudes, deixar todo meu lirismo de lado, eu poderei ter tempo para as coisas reais e necessárias. Talvez eu deixe de perder minhas noites em meus próprios braços, e deixe de perder o tempo em outras camas, que de fato, nunca serão minhas.