terça-feira, 8 de junho de 2010

Mais noites em camas alheias

Quero voltar a falar das camas alheias, talvez eu siga com a idéia corajosamente nos próximos textos, veremos...

Há mais de um ano eu durmo apenas em camas alheias, ano passado eu morava de favor no apartamento de uma amiga, dormindo numa cama que não era minha, embora eu quase sempre me refugiasse em colchões de repúblicas ou em meu humilde colchãozinho uberabense.

Esse ano a história se repete, mas de uma forma que me machuca mais. Acabei vindo pra São Paulo buscando um sonho que talvez seja alto demais pras minhas pernas, e fui acolhida pela mãe de uma grande amiga. Estou aqui há pouco mais de 4 meses, mas demorou bastante para que as coisas começassem a dar certo aqui, portanto, no final das contas, acabei ficando tempo demais em outra cama que não me pertence; e agora percebo o quanto as incomodo.

Eu sou o cúmulo do desastre, quebro muitos copos, queimo as coisas, vivo batendo a cabeça em lugares inimagináveis e caindo o tempo todo, ninguém gosta de morar com alguém assim. Eu sou desligada, e as vezes folgada, isso incomoda bastante. Mas pra mim é pior... Apenas meu edredom é meu, e eu não consigo relaxar... Houve um mês, de todos esses aqui, no qual encontrei um refúgio, uma outra cama que até acabou sendo minha de alguma forma; e ela continua sendo, eu sei que ela fica lá intacta todas as noites. Mas enfim, não tenho mais refúgio algum, agora tenho rotina: saio de casa o mais cedo que consigo, chego no trabalho antes de todo mundo, fico o dia todo pensando e escrevendo, não posso conversar com os companheiros de trabalho, acho que muitos deles acham que sou bem burra e ingênua, normal; fico no trabalho até tarde, depois costumo ir me trancar numa sala da USP e quando eu tenho sono vou pra casa dormir, mas a cama já não é tão confortável, dificilmente consigo...
Mas nos finais de semana eu desapareço, meus amigos devem me achar a pessoa mais estranha do mundo. Um desses finais de semana fiz umas outras mineiras ficarem grudadas em mim o tempo todo, e até cheguei e pedi um cantinho no sofá num sábado a noite!

E outro desses finais de semana então! Aceitei, facilmente, um convite pra dormir na casa de um velho amigo. Óbvio. Mas no domingo eu não queria ir embora, coitado, deve ter tido a certeza de que eu sou meio doida mesmo... Mas o pobre não sabia que eu só não queria voltar, por que quando eu volto e não encontro o meu lugar, não encontro nada que seja meu, eu me desespero, e fico assim, uma deslocada na Terra!
Não sei quanto tempo vai demorar para que eu tenha uma cama, por que até lá isso pode me consumir e me fazer voltar pra terrinha. Veremos... O fato é que agora eu estou mais calma, voltando do tempo feliz com a família, com bastante força... E bem animada com as prospecções!

Mas eu continuo esperando poder comprar uma cama enorme só pra mim!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sonhei






Sonhei que estava num hospital, deitada na maca, era o dia do parto. Eu sentia muita dor, e minha barriga estava enorme. Então eu sentia alguma coisa se mexendo dentro de mim e como se fosse a coisa mais fácil do mundo ele nascia. Antes que eu pudesse ver o seu corpinho, ou o seu rosto, eu desmaiei. De repente eu estava na cama da minha mãe, mas onde está ele? Onde está o bebê? Estava no hospital, já havia se passado 4 dias desde seu nascimento.
Fui buscá-lo e entregaram no meu braço um pacotinho azul, era a coisa mais linda que eu já tinha visto, se parecia comigo, tinha o cabelo da cor do meu e os cílios longos.
Eu o vi e já o amava mais que tudo que eu poderia imaginar, de um jeito que doía...
Voltei para a casa, todos me perguntavam do pai, eu falei que não sabia. Mentira, é claro que eu sabia.
Eu não conseguia parar de olhar pra ele. Eu senti até mesmo meu peito pingar um pouco de leite no momento em que ele chorava de fome. Meu Deus, eu senti o leite saindo meu seio esquerdo!
Fiquei oilhando para ele enquanto amamentava, pensava no nome. Pensei se perguntaria ao pai o melhor nome, refleti, é melhor que ele não soubesse do bebê.
Olhei aqueles olhos tão expressivos do meu bebê, eu falei Miguel, e ele sorriu...

Então o despertador tocou, 06:40 da manhã, tenho que trabalhar.
Fiquei sentada no trem pensando que se Freud estivesse vivo eu ia me consultar com ele!

ps: não estou grávida!