segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Palavras sem nexo




Tentei pensar para escrever, juro que tentei...
Mas assim, sem certezas, sem incertezas, sem lágrimas e velas me falta um pouco o que dizer. Eu poderia dizer que ano já se foi, e por aí vem muita expectativa, mas não é o que sinto, nem mesmo o que quero sentir.
Não quero me esbaldar com falsas e fáceis expectativas, quero apenas imaginar que estarei lá, lá em qualquer lugar, lá em qualquer emprego, lá em qualquer condição, mas que estarei no próximo ano e isso me basta.
Talvez seja a idade ou só um reflexo de alguma desilusão, mas a verdade é que o como não me importa, se farei o que antes havia sido pensado ou se o que me espera é estar numa tabacaria espreitando o Álvaro de Campos, pouco me importa.
Cansei daquela história de que o fim justifica os meios, mas que meios? Os meios são o fim afinal.
E pelo jeito as palavras começam a sair com fluência, e a cabeça que não para é só uma cabeça cansada e preocupada, uma cabeça jovem, uma cabeça velha.
Eu poderia dizer também que meu foco é isso aquilo, que espero tal, mas caso não aconteça... Mas eu realmente não sei, não sei para onde, para que e nem nada.
E agora José? Ao menos o meu caminhar não é sozinho como o seu José, minha festa acabou, o povo sumiu, mas ele ficou José.
Embora sem certeza alguma de nada dessas palavras eu sei que ele está por mim e estou por ele.
FIM

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Notícias do mundo de cá

Faz bastante tempo que não posto nada, mas há várias razões para isso: 1ª não tenho leitores ávidos; 2ª não sou uma escritora fabulosa, daí a razão de não haver leitores ávidos; 3ª não tenho tido tempo hábil para escrever (por que na verdade tempo eu tenho, mas gasto ele todo procurando emprego ou qualquer bico que possa me ajudar a pagar as contas do mês); e 4ª e última é que se eu escrevesse algo nos últimos meses provavelmente eu só falaria de trabalho... Mas, como já se tornou rotineiro na minha vida, de uma hora para outra tudo mudou.
Comentei esses dias que se alguém quer uma vida com bastante emoção deveria viver na minha pelo por alguns meses. A minha vida é daquelas que tudo sempre muda, posso até dizer que há mais mudança do que alguém que ganha na loteria, afinal a vida dessas pessoas muda uma vez só, a minha muda o tempo todo! Semestralmente talvez.
Mas enfim, o fato é que estou aqui de regime e comendo um saco de pipoca sabor cheddar e bebendo um litro de coca-cola numa segunda-feira de madrugada.



Claro, as coisas não estão normais, amanhã não tenho que acordar cedo. Novamente aqui estou: desempregada. Mas dessa vez eu já sabia que aconteceria, acabou aquele projeto no qual eu tanto aprendi trabalhando, aquele no qual venci todos meus obstáculos e amei tanto. Trabalhar com projetos e ONGs é assim, uma hora um projeto acaba e alguns meses depois outro começa. Uma loucura. Mas loucura mesmo é ficar sem emprego no meio do ano, quando poucas escolas contratam, ainda mais sem indicação e sem experiência em outros colégios em São Paulo, e lembrando que eu tenho só 23 anos, é claro! Para completar não tenho seguro desemprego, já que o contrato tinha prazo determinado. Enfim: o caos.
Para completar tudo no meu mestrado está atrasado. Tenho 2 trabalhos para entregar daqui 3 semanas, e só comecei a leitura. Os universitários devem estar pensando, “ah vá, 3 semanas é suficiente!”; mas acreditem: para um trabalho de mestrado no qual você quer realmente tirar um A esse tempo é bem pouco!
Além disso estou o tempo todo com medo de decepcionar o meu orientador, ele me aprovou tendo fé em mim, e na verdade eu também andava tendo bastante fé em mim mesma, mas depois que vivi a realidade de São Paulo deixei um pouco minha fé. Espero que ele não. Ele sabe que posso fazer uma boa dissertação, e eu também sei, SÓ NÃO SEI COMO!
Essa deveria estar sendo a fase na minha vida na qual eu mais leria, no entanto, eu fico lembrando das horas em que passava lendo na biblioteca da faculdade mesmo estando de ressaca. Hoje em dia não consigo me concentrar por mais de uma hora, pego logo uma caneta e vou fazer as contas de quanto tenho de contas para os próximos meses e quando terminam alguns parcelamentos, se um dia vou conseguir comprar um jogo de panelas com tampa de vidro ou no quanto eu tenho vontade de ficar 24 horas grudada no meu namorado. Pois é, outra virada na minha vida!
Dizem que uma viagem para a Europa muda a sua vida. Eu só não imaginava o quanto! Voltei do meu intercâmbio 10 anos mais madura e mais centrada, (agora é só uma crise de volta à imaturidade, eu espero!) voltei com uma bagagem enorme, fiz milhares de amigos e para completar conheci o provável homem da minha vida lá.

Eu sempre disse que queria encontrar alguém que tivesse tido as mesmas experiências que eu, que viesse de origens semelhantes, que tivesse sido aprovado numa faculdade pública, que tivesse feito faculdade no interior e morado numa república, que tivesse feito bastante festa para me entender quando eu contasse das minhas farras, que tivesse morado em outro país, que trabalhe, que nunca tenha tido nada de graça... Que goste de dormir, de comer, de beber Brahma, de passar o final de semana todo vendo filmes e namorando, que goste dos meus amigos, que meus amigos gostem, que goste de Harry Potter, que adore viajar, que queira ter mais de 2 filhos, e que (CLARO) goste muito, mas muito de mim... Depois de todo esse discurso falado no bar entre mulheres eu voltava atrás dizendo que tudo isso era impossível, e que se eu achasse alguém que me amasse e fosse mais alto que eu já estaria mais que bom!

Mas dá para acreditar? O moço que voltou para minha vida é tudo isso e muito mais... Depois de tanto tempo que eu o conheço ele reapareceu e revirou minha vida, deu mais sentido e cor a tudo, fez com que eu me apaixonasse, me fazendo sonhar mais e acreditar muito mais em mim e no meu futuro...
Como eu disse tudo mudou! Tudo! De novo!
É realmente complicado estar sem emprego de novo, perder o sapato mais lindo do mundo numa formatura (junto com meu celular e meu RG). Mas eu continuo acreditando, sabem como são as coisas, depois de escrever um texto longo como esse estou novamente acreditando que posso refazer as coisas e pagar minhas contas... E eu vou é comer um doce por que cansei desse negócio de regime imaginário...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Abracei o mundo!




Hoje eu resolvi escrever. Pronto, sentei aqui, todo mundo saiu e eu tenho que escrever. Não vou dizer que não tenho escrito nada, pois ao menos um texto por semana eu tiro da minha cabeça. Mas a maioria deles eu não tenho coragem o suficiente para publicar. Hoje quando eu vi que lançaram a biografia do José Alencar pensei: “Pronto, guardo os textos e deixo para que os publiquem após a minha morte, vão ter o muito o que falar viu...”
Mas enfim, percebi que às vezes as pessoas passam por aqui, e que alguns gostam de ler o que escrevo, as loucuras, tristezas e felicidades que passam pela minha cabeça.
Então mais uma vez, como sempre, quero falar sobre o momento. Daqui dois dias completo 23 anos. Eu sei que parece jovem demais, e para todo mundo é apenas o início. Mas para mim já se vão alguns anos de batalhas árduas, perdas irreparáveis e conquistas arriscadas. Hoje, quando eu pensava no metro, me dei conta de que há mais de 5 anos não moro mais com meus pais e que há quase 5 anos eu já tinha parte da minha renda, há mais de 2 anos voltei do meu intercâmbio, moro em São Paulo há mais de 1 ano, trabalho com a tal carteira assinada há 1 ano. Sinceramente, do alto dos meus 23 aninhos, já se foi muita coisa.
Além disso, eu tenho aprendido tanta coisa que tenho me sentido bastante velha, não no sentido cansado da palavra, mas no sentido em que cada dia me sinto mais madura, sinto que ainda posso muito mais, e que o que fazia sentido antes já não faz.
Por incrível que pareça nesses últimos meses tenho me descoberto como uma daquelas pessoas viciadas em trabalho, não que eu trabalhe o dia todo, ou todo o final de semana, eu apenas gosto e quero mais. Todos os dias quando volto e sinto que uma palavra que falei em aula foi entendida ou que parte do objetivo da aula foi alcançado, volto toda sorridente cantando nas duas horas de trânsito que enfrento para voltar para casa. Eu penso nos meus alunos o tempo todo, eu sonho com eles, penso em como mudar, em como fazer diferente... Fico louca! Deixo de dar partes da aula para conversar, não me estresso tanto com as “conversas paralelas”, acabo entrando nelas! E quando me chamam para algum evento e quando realizam algo que aos meus olhos é uma obra fantástica, eu me emociono, como se eu cortasse cebola o tempo todo! Discuto política com eles, dou conselhos sobre namorados e namoradas, ajudo na matemática, e as vezes não faço o bastante, ou nem metade do bastante, e então volto nas 2 horas de trânsito bem triste... Vivo para isso. Ganho pouco, eu sei, mas cada dia eu amo mais...
E nas suas horas livres Joyce? É então que dou vazão a essa historiadora que mora em mim, assisto aulas como se assistisse televisão. As minhas aulas de quinta passam tão rápido quanto os minutos da soneca do celular. Hoje eu pulei como uma criança por que descobri que haverá uma matéria sobre rebeliões indígenas na Nova Espanha. Tenho descoberto artigos como quem descobre ouro, mas ainda não consigo realizar tão bem minha pesquisa, mas se que vai dar certo!
Mas como nem tudo são flores, passo 2 semanas do mês sem um centavo no bolso. Duas semanas sem coca-cola e sem chocolate, duas semanas sem cerveja. É difícil, mas isso eu agüento. O que não consigo suportar mesmo é essa carência. Sem convivência diária com amigos, sem familiares por perto, sem um companheiro. Ainda não encontrei solução para isso. Até andei me apaixonando por uma das melhores pessoas que já conheci, mas também um dos meus melhores amigos atualmente. E não dá para morrer de amores por aquela pessoa que sempre está por perto né? Afinal, para variar, não há sincronia com ele também. Cheguei à conclusão de que minhas paixões sofrem de diacronia crônica...
Apenas mais uma conclusão que cheguei, cansei desse lirismo mal sucedido! Não quero estar sozinha, quero sim alguém ao meu lado, mas alguém que me ame e muito. Por que eu já amo sozinha o mundo.