
Segui outra bifurcação da estrada de tijolinhos. Essa estrada de agora é meio cinza, mais perigosa, mas sem dúvida mais divertida.
Como a vida aqui só começa depois do carnaval, acho que ainda estou sentada num dos banquinhos da estrada esperando o alarme apitar pra começar a andar, ou correr.
O engraçado é que nessa nova cama eu não me sinto sozinha, e nem perdida, eu me sinto em casa. É exatamente o que me dá medo, saber que aqui é o meu lugar, e se nada der certo no final? E se no final da estrada não houver outra curva, nem uma outra estrada, nem nada? Vou ter que começar a andar sem saber.
Falavam de um mundo lá fora, que eu ainda não tinha enfrentado, acho que a única coisa estranha nesse mundo aqui fora é que não sei até onde vai estrada, em quanto tempo ela me levará a outra.
O que sei até agora é que tudo nessa estrada é exatamente como eu queria que fosse, não paro de pensar na sorte que tenho em tudo isso. Mas de certa forma que trilhou o caminho até chegar aqui fui eu, e como diria um poeta espanhol “El camino se hace al andar”.
As vezes eu fico olhando para trás, procurando os outros, que seguiram alguma outra estrada, e não consigo deixar de pensar onde é que a minha se cruza com a deles, eu espero que logo, e que alguns poucos sentem comigo num banco, por pouco tempo, pra tomar uma Brahma ou fumar um palheiro.
É, o que eu vejo agora é uma reta, meio infinita, mas que abre um espaço enorme só pra mim. A estrada que me quer, tanto quanto eu a quero.
Um comentário:
Que lindoo!
Meio deprimente,mas muito lindo!
Postar um comentário