segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ciúmes





Tenho muitos romances passados e perdidos no tempo. Mas eu nunca os esqueço. Na verdade a maioria deles continuam numa vivacidade elétrica dentro de mim, que se renova com meus sonhos ou no meu ciúme.

A maior parte desses pequenos romances/encantamentos passageiros vieram na "época" da faculdade. Ou seja, estão realmente perdidos no tempo e principalmente no espaço. Alguns tão longe na estrada, ou no mar, ou na memória. Mas o fato é que não os esqueço. Nem um só momento, aqueles nos quais soltei todo o meu lirismo, todo meu corpo e meu fôlego.
Mas como esquecer essas pessoas que me fizeram tão bem por um tempo?
Prefiro dizer que sempre serão boas recordações. Eu jamais poderia me desvencilhar das minhas lembranças. Vivo com elas.

Eu gostaria que minhas lembranças fossem apenas isso por elas mesmas, mas na verdade elas também estão embutidas no corpo daquelas pessoas com as quais estive. E quando vejo outro corpo junto ao deles, ou outras palavras que se assemelham às minhas... Ai, não há como não sentir a perda, não sentir uma pontinha de ciúme. Justo eu que sempre fui contra esse tipo de prisão ideológica... Apenas não gosto de imaginar, de ver.

Aquele meu último romance preferi apagar do papel, mas ainda não o apaguei da memória. Fazer o que se todas as segunda e quartas ando por aquela Marginal Pinheiros olhando os prédios próximos. Fazer o que se sonhei justo com aquele momento em que ele abriu a janela pra ficar olhando meu rosto. E dele eu não posso ter ciúme, seria absurdo, complicado, e imensamente sem sentido.

Mas vou seguindo com o ciúme dos outros. Desejando, de verdade, que tudo de melhor aconteça com os mesmos, mas que não interfiram nas minhas lembranças...

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