quarta-feira, 9 de abril de 2008

Do alto do meu sentimentalismo

Andei pensando em meio às minhas 5001 coisas para fazer, quando foi que eu me tornei tão diferente do que fui um dia. Já que esse blog é um lugar pra todas as minhas reflexões, que antes cabiam nos finais de meus cadernos e nas camas onde eu estive, incluindo a minha, nada melhor do que colocar aqui o centro de alguns dos meus pensamentos nessas duas semanas.
Confesso, ainda sou sentimental, talvez se não fosse não mais escreveria. Mas agora sinto-me a pessoa mais fria, não no mundo, mas o mais fria que eu poderia ser. Não sei em qual esquina topei com esse racionalismo recente, mas ele me abraçou e assim ficamos, eu e a razão, não deixando que qualquer ato inconseqüente se aproximasse de mim. O racionalismo que ao me ver sonhando acordada, ou a ponto de entrar em qualquer coisa que se assemelhe a uma singela ilusão de vida, me manda entrar no meu mundo acadêmico e me enfiar na biblioteca pra pegar qualquer livro que ocupe meu tempo. Posso dizer que por esse tempo têm passado pela minha cama Hobsbawm, Lefebvre, Áries, Sylvanus Morley, Adrian Recinos, e até o Machado de Assis passou por aqui semana passada! Tudo para não pensar enquanto estou na cama, que é o momento em que analisamos o andamento de nossas vidas. E o pior de tudo é pensar que eu estou muito melhor assim, até as minhas fofocas tem sido sobre como o professor analisa o liberalismo de uma forma que me parece equivocada, ou sobre como só estudamos a parte a teórica de história política e econômica, deixando o meu grande amor, história cultural de lado.
Estou apaixonada! Pela história mexicana... São assim meus pensamentos...
E eis que dentre meu racionalismo eu encontrei o motivo de todas as bebedeiras universitárias que sistematicamente realizamos todas as semanas, é onde eu liberto todo meu sentimentalismo, ao ponto de chegar de uma festa e escrever um pseudo-poema no blog-vide o texto anterior-(como a maioria dos meus são). É lá, do alto do meu sentimentalismo bêbado que eu tenho minhas diversões e sensações que nem mesmo o códice Popol-vuh conseguiria realizar. Até a minha parte bêbada se tornou racional! Aproveito a noite pra voltar pra casa, sem pensar em nada, pros braços dos meus autores queridos. O difícil é acordar com alguém do lado! E aí sim e vejo que meu sentimentalismo não é 1/10 do que já foi, quando ao acordar com um abraço, eu começo a discutir a visão de democracia pra Rousseau... É, esse é o mais alto do meu sentimentalismo.

Sobre os autores:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Eric_Hobsbawm
http://www.encyclopedia.com/doc/1E1-LefebvreG.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sylvanus_Griswold_Morley
http://pt.wikipedia.org/wiki/Philippe_Ari%C3%A8s
http://en.wikipedia.org/wiki/Adrian_Recinos


Liberalismo(o básico):

http://afilosofia.no.sapo.pt/11Liberalismo.htm

Um comentário:

Juliana disse...

o pior é que sabemos que esse racionalismo é apenas uma fase. Uma dessas constancias que feliz ou infelizmente sempre vão embora, trazendo de volta nossos conflitos.