sábado, 29 de março de 2008

Hoje à noite...

Em um tempo que não se tem certeza,
Em lugar muito bem conhecido até então.
Num amargo eterno dessa boca,
Num sentimento de repulsa alheio.

Nada sei desse tempo e do outro
Do que vivo agora ou do que há algum tempo vivi.
Não sei do cheiro dessa cama que não há de mudar jamais.
Não sei do meu cheiro que aqui por muito não estará.

Sei de minhas palavras inertes,
As mesmas daquela que hoje andou pelas ruas,
Daquela que não chorou nem sorriu, só pensou em palavras.
Palavras que por tudo não são lembradas.

Não são e não serão.
Talvez tudo se torne algum escrito triste após todas as críticas,
Ou talvez depois disso se tornem algo lindo.
Escrever é sempre o propósito, de qualquer sentimento aqui.

Veremos que nem todos os versos terão as mesmas sílabas.
Que nem todos os momentos terão o mesmo realismo,
Que nem todos os sentimentos serão como antes.
E que a mesma cama, talvez já não seja a mesma.

Um comentário:

André Luiz disse...

Comecei a ler e: nossa, adorei essa estrofe, não... espera; essa estrofe também é boa... não... essa também... e essa... e a última. Ué... gostei de tudo. =)

Talvez porque tenha sacudido algo em mim. Eu ia escrever algo que estava sentindo hoje, mas você já fez isso pra mim há 4 dias atrás.

Adorei. =)