sábado, 9 de agosto de 2008

Romance Moderno

Era uma vez uma garota que andava por aí vendo o mundo preto e branco depois de alguns eventos sem fim, depois de uma mesmisse eterna, depois de muitas cartas e poemas escritos, depois de camas sem sentido e momentos confusos por uma cidade estranha, que agora se tornara ainda mais estranha. As vezes ela fazia parte daquele mundo, e às vezes não. Não entendia muito bem a forma como as pessoas agiam, e acabava achando tudo meio frio, ou no máximo morno. Um dia então ela resolveu passar um tempo no lugar de onde viera, um tempo para pensar se era realmente aquilo que ela queria, se escolhera a profissão certa, se estava vivendo de acordo com seus sonhos e crenças. Voltou então para o colo dos amigos e da família, e por um mês ela por lá esteve tentando achar de alguma forma algum sentido, algo com que fizesse ela ter certeza de qualquer coisa, qualquer evento minúsculo que trouxesse calor, ao menos. Um em mais uma das infinitas tentativas ela avistou de longe alguém, como uma pessoa tinha se tornado alegre daquele jeito? O que será que existia na vida dele para parecer tão certo de tudo, tão contente com tudo? Não existia tensão nenhuma em seus olhos... Mas como os olhos dela não brilhavam mais, ela parecia ser preto e branco assim como seus olhos viam o mundo ultimamente, e ele nem a viu... Mas alguns dias se passaram e ela continuava a vê-lo pelas esquinas, e lembrava do sorriso, da despreocupação com o mundo... Até que um dia quando tudo parecia não mais ter sentido, quando a vida não passava de copos de cerveja que esperavam o fim, um fim do o tempo pra pensar, ela chegou e um bar e para encontrar uma amiga e ele estava lá, com o mesmo sorriso, sentado ao lado de sua amiga... Ela então sentou-se e depois de muito tempo e muitos copos de cerveja o desejo de parecer tão perfeita como sempre passou, toda a pressão do mundo saiu de suas costas,e ela voltou e ter cores, cores quentes como o vermelho o laranja, e o via azul, muito mais perfeito agora. A noite foi passando e ele foi passando um pouco de toda aquela felicidade pra ela, um pouco de tudo aquilo de melhor com o qual ela sonhava, e ao fim da noite, tão rápido quanto num filme, ambos estavam apaixonados. A noite foi linda, a tarde também, uma cama talvez melhor do qualquer uma que ela havia conhecido, abraços misturados com sorrisos que não tinham explicação, as cores agora exalavam de seus poros.


E assim seguiram-se alguns dias onde ela parecia ter se encontrado de alguma forma, ou ao menos encontrado um motivo para sorrir. Mas ele também já havia abandonado sua cidade natal, num fluxo migratório que a maioria dos jovens fazem, e a despedida chegou. Mas tudo bem, os quase 1000 Km poderiam não ser anda diante de toda a cor... E por um tempo não foram, tudo parecia normal naquela cidade de novo, tudo sem sentido... Beijos sem sentido, festas sem sentido, até o momento em que eles se falavam, aí tudo voltava... Enfim puderam se encontrar, e ela quis fazer uma surpresa, a princípio ela não iria vê-lo, não voltaria para uma tal festa de três dias que aconteceria na cidade de onde veio, mas acabou indo, e quando se viram... Talvez tenha sido o momento mais lindo que alguém já viveu na vida real... Ele a pegou pelo colo, abraçou com uma paixão estranha, que talvez ninguém houvesse sentido ainda. Tudo foi perfeito, até o momento estranho mo qual ela jurou ter o visto com outra, e depois com outra, e depois com outra... E então ela começou e brigar e espernear, sua cores ficaram frias e seu corpo cheirava raiva... Mas num beijo ele a empurrou e acabaram indo parar em qualquer lugar juntos. No outro dia ela desejou ser como ele, mas terminou o dia chorando, sem sentido. E no último que passariam juntos, tudo ficou estranho, ele era mesmo tudo aquilo de felicidade? Todo aquele exemplo? E ela terminou a noite chorando na frente dele, na calçada da casa dela. Quando ele disse que ela era tudo de mais perfeito que existia, e que ele, bom, ele não era mais nenhum anjo como ela era... Ele vivia num mundo que ela não estava, num universo qualquer paralelo àquele onde somente os prazeres importavam.
Então ela voltou pra sua vida, alguma coisa já mudara ali dentro, pois por mais que fosse a mesma vida que parecia não ter sentido algum, suas cores continuavam quentes, e ela não notou, mas sentia algum prazer em tudo que vivia...
Mas por algumas vezes ela o viu de novo, e sempre ela quase desmaiava, era algo sem explicação, que nem ela poderia explicar, como se aquele sorriso pudesse tira-la do chão. Mas ela manteve sua raiva firme. E depois de muito tempo, quando ela não era mais um anjo, quando ela não mais se importava, quando suas cores quase explodiam, e sua seriedade parecia apenas de fachada, e quando sem dúvida ela estava feliz, ela de novo o encontrou... O seduziu, como ele havia feito, o levou para qualquer no mundo, esteve com ele outra vez por uma noite, uma noite. Quando enfim deram-se conta que tinham que voltar para suas vidas. E ao se despedirem, ele a olhou com os olhos mais carinhosos do mundo, mas alguma coisa havia mudado nele, seu sorriso não era mais o mesmo, sua irresponsabilidade com os problemas do mundo tinha se perdido, seu corpo estava morno, ele parecia tão sem sentido quanto ela muito tempo antes. E ela, bem, ela olhou e viu todo aquele sentimento que ele realmente tinha por ela viu tudo que sempre quis ver, mas não sentiu como se fosse desmaiar, e nem quis ficar mais um pouco, só disse: Até daqui qualquer dia, daqui uns anos, quem sabe um dia a gente se encontre por uma calçada. E ele por que? Não fala isso, não quero pensar que você está indo embora. E ela: Não se preocupe, tudo vai ficar bem. E foi embora sem se preocupar com o que ele estava sentindo, foi embora com toda a sua cor, a cor que ele deu a ela, a cor que ela precisava. E agora a vida tinha todo sentido, o mundo parecia maravilhoso, e preocupação com qualquer coisa, que não fosse a SUA vida profissional desapareceram como num piscar de olhos. E vida seguiria quente, e a cama dela nunca mais foi morna...

2 comentários:

Juliana disse...

triste e bonito simultaneamente. você escreveu em terceira pessoa o.O

Celso disse...

Seria essa 'personagem-em-terceira-pessoa' uma ladra de cores alheias? Mto bom o texto, vou adicionar você no meu blog, sumida...
bjos