segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Daqui de longe

Não penso ao certo no que vou escrever. Mas o caso é que estou sentada numa aula que pouco me interessa, e que por mais que contribua para a elevação do meu vível intelectual, nada ajudará na vida futura e nem sequer na minha pesquisa um tanto quanto inútil, não fosse pelo status.
Estou triste, me sinto realmente triste. E não é nenhuma frescura de TPM ou falta da minha família, ou a cerca dos meus pesamentos de relacionamentos. Reconheço que estou vivendo os melhores momentos da monha vida jovem. Tudo é loucura, viagens e sentimentos a flor da pele. Mas convenhamos, não sou nenhuma bursguesinha latino-americana tentando europeizar-me para seguir os passos dos intelectuais do século XVIII e XIX, nada mudou desde lá. Não quero buscar as interpretações da história latino-americana num continente que nem ao menos conhece a nossa raiz, o povo e o quão difícil é não ser parte da burguesia que busca status social em pleno século XXI.
E eu??? Eu não posso simplesmente me preocupar com meus 20 anos e tudo que ainda quero sentir. Tenho outra parte, que ficou com eles, por que nascemos da mesma semente e na mesma classe, com os mesmos sentimentos e os mesmos sonhos, e os meus sonhos agora são para eles. A minha vida já está feita, eu subi demais, degrau por degrau eu estou mais alto do que posso alcançar, e agora chegou a hora de baixar, me asfixia pensar em subir mais.
Só quero conseguir me fechar em mim mesma, centrar no meu destino que não é mais tão certo quanto a 1 ano atrás. Não me distrair com qualquer coisa que pareça melhor do que o caminho que seguirei.
Agora tenho medo, e esse medo é que me entristece. Não há como olhar tudo que passe sem medo. E então me perguntam se eu não gosto de beijo, carinho, abraço e noite em cama de casal com café da manha juntos. Não, eu não gosto. Não gosto por que vai acabar, e então eu vou ficar sozinha do outro lado do atlântico, não gosto por que só sei dormir bem com eles, escutando a respiração deles, certa de que vão acordar sorrindo. Eu realmente não gosto de ter mais ninguém, ninguém por quem eu vá me apaixonar sozinha, sinto muito.
Tudo por que eu sou apenas uma latino-americana perdida no velho mundo sem querer voltar para os braços quentes da família até que o futuro esteja certo e que a posição na sociedade mude para poder seguir o meu caminho no andar de cima, por que nesse não há mais nada que eu possa viver.
E aqui eu vou crescendo, e aos poucos sou adulta, sozinha, certa de que assim quero ser até algum futuro que não sei por onde está.

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